quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Letras de cidades

Letras de cidades  é  uma exposição na galeria de exposições da Academia de CiênciasEstá patente até 11 de Novembro na Galeria de Exposições da Academia das Ciências em Lisboa na Rua da academia das ciências, 19, 1249-122 Lisboa, a exposição “Letras de Cidades”, uma exposição de ecodesign da autoria de Fernando Miguel Marques, onde estarão patentes várias experiências resultantes do estudo feito no âmbito da reciclagem de pré-consumo de Cristal. A exposição está aberta ao público de 2ªf a 6ªf das 10.00h às 17.00H.
Todos os trabalhos presentes nesta exposição são produzidos a partir de casco de cristal.



Casco de cristal, é cristal de vidro que por algum motivo não passou no processo de controlo de qualidade, e é transformado em cristal partido com o intuito de ser reintegrado em produção com a finalidade de baixar a temperatura de fusão da sílica (matéria-prima principal conjuntamente com o oxido de chumbo do cristal) em alto-forno.


Em Portugal produz-se mais de 12 toneladas/dia de cristal e 30% a 40% destas, são transformadas em casco. 40% deste material é reintroduzido em produção. Assim sendo, há aproximadamente por dia 4.3 toneladas por dia que não são utilizadas ou seja, 700 toneladas/ano de casco de cristal que não são reintroduzidas em produção e que poderão ser reintegradas em processos de reciclagem de pré-consumo.


Esta exposição tem o intuito de apresentar algumas possibilidades de produção de objectos alternativos aos tradicionais objectos de cristalaria produzidos pela indústria portuguesa.


Esta exposição foi desenvolvida ao longo do processo de doutoramento na Faculdade de Arquitectura.






‘Letras de cidades’ é um projecto que pretende agregar os conceitos de luz e de cidade.


Qualquer cidade tem sempre um sem número de ambientes luminosos, podendo no mesmo espaço co-existir a claridade e a penumbra, seja de dia ou de noite. As intensidades luminosas são distintas mas por vezes características de uma metrópole, ou de uma zona desta: são essas cores emanadas pelas urbes reflectidas pelos edifícios, passeios, estradas, rios, mar, terra, que as caracterizam de alguma forma.


Mas é a luz que caracteriza as cidades, e hoje é mais evidente do que no passado. Nessa altura, tal como hoje, a principal fonte luzente é o sol e as suas variantes de luz ao longo do decorrer do dia, e os reflexos deste, desde os primeiros raios da aurora, passando pela intensa luz do dia, esteja este mais ou menos nublado, até à variedade de tonalidades ao entardecer. Durante o dia há uma enorme variante de intensidade de lumínica. Durante a noite, é a penumbra que domina, ou que dominava até à segunda metade do Séc.XX, hoje em dia as cidades estão sobre-iluminadas, o que pode influenciar a sua vivência, isto porque, muitas vezes os utilizadores de luz artificial consideram que ‘mais luz’ (quer isto dizer mais intensidade de Watts) é equivalente a mais segurança, mais visibilidade. Contudo o olho humano não necessita de sobre-iluminação, mas sim de se adaptar à intensidade luminosa do espaço envolvente.


A reflexão passa por menos Watts de potência, dará menos iluminação?













‘Letras de cidades’ é um projecto que pretende transmitir emoções através dos tons de luzência que estão de alguma forma relacionados com a ideia de determinada cidade. Este trabalho pretende projectar as mais-valias do cristal, da sua pureza, mesmo quando se trata da utilização de cristal reciclado. A função do cristal aqui é servir de difusor luminoso e reproduzir graficamente o nome de determinada cidade, tirando partido da sua cor, reproduzida por LED RGB de baixo consumo, a luz emanada destes é refractada pelas pequenas bolhas de ar misturadas na matéria do cristal, transformado aqui, em caracteres tipográficos que são inseridos sobre uma caixa retro iluminada.